Rapsódia Revisitada

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Sobre nossa visita a Hilda Hilst



Ela residia na Casa do Sol, do condomínio Xangri-lá, em Campinas. 
Interior da casa (foto de Ricardo Lima)

Nessa época, 1991, Hilda, que sempre foi uma mulher lindíssima, não se deixava mais fotografar nem ser filmada, como havíamos pretendido. Segundo ela, não porque não gostasse da luz, como seu amigo J. Toledo, mas porque se sentia no direito de não ter nem ver mais registrada sua face.

Hilda Hilst em sua casa (Fotografia do Correio Popular)
Lá estivemos, Christina Ceneviva (fotógrafa do grupo) e eu, numa tarde de sábado. Respeitando o desejo da escritora,  não registramos nenhuma imagem, mas tivemos o privilégio de conhecê-la em sua intimidade e desfrutar de suas ideias geniais num encontro extremamente interessante. Gentilmente acolhidas pela Hilda, a ouvimos, mais do que falamos, contar suas histórias. 

(Foto de Ricardo Lima)




Uma lembrança interessante desta visita foi a chegada, com meu carro, recepcionado por uma infinidade de cães que Hilda costumava recolher, das ruas da nossa cidade, e adotar.


Hilda nos presenteou com uma de suas obras e foi muito solícita, mostrando-nos e comentando sobre as fotos nas paredes de sua casa.
                                              
A peça "A morte do patriarca", de Hilda Hilst, encenada em 1991, foi a obra escolhida como representante desta polêmica escritora no filme "Rapsódia para Cinema e Orquestra". Mesmo tendo sido insistentemente convidada a participar das filmagens, em presença,  Hilda recusou-se e nem quis ser apresentada na galeria de fotos iniciais do filme. 

Os atores mostrados em cenas, Luciana Garcia e João André Garboggini, eram os principais protagonistas da peça  mencionada, dirigida por Adolfo Lazzarini. 


  


                                                                                     

2 comentários:

  1. Suspeito que, as artes cênicas, o cinema, a literatura, perderam [provisoriamente] para a publicidade e a educação um talento muito promissor.

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  2. Uma pessoa pode usar tudo isso na educação, que é a condutora de todo o processo...

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