Quem sou eu?
Apresento-me, inicialmente, como uma mulher apaixonada pela natureza e pelas artes de maneira geral. O mar, as flores, as cores, os sons instigam-me e emocionam-me facilmente. A música sempre esteve como fundo das minhas visões. Minha mãe cantava o tempo inteiro, enquanto fazia suas atividades domésticas, meu pai colocava sempre músicas na vitrola. Assim, desde criança, a música entrou por todos os meus sentidos, tendo o privilégio de uma família de amantes das artes, notadamente, da música, como o maestro Antonio Carlos Garboggini, duas tias pianistas, uma violoncelista, e alguns pintores como João Garboggini Quaglia. Aos oito anos ganhei meu piano, iniciando, assim, meus estudos de música. Paralelamente, começou a nascer a paixão pelo cinema, porque meu pai adorava a sétima arte e me levava às matinês todos os domingos. Posteriormente, fui sendo sempre incentivada por ele a assistir muitos filmes apresentados nos cinemas da cidade. Meu interesse pelas artes seguiu num crescendo, conduzindo-me a leituras intensas sobre história da arte e da cultura a ponto de querer ingressar na Faculdade de Cinema da USP. Porém, o período do governo militar gerou em meus pais o receio e a preocupação em ter uma filha de 18 anos saindo de casa para seguir seu rumo em outra cidade. Fui, então, mais incentivada a cursar uma faculdade aqui em nossa cidade, motivo pelo qual escolhi o curso de Comunicações (na PUC- Campinas) como foco da minha existência, e a Publicidade como profissão inicial. Este caminho levou-me a passar por empresas e agências de publicidade, inclusive, um tempo em São Paulo. Minha vocação para o magistério, entretanto, pronunciou-se quando meus dois filhos nasceram, levando-me a optar pelo ensino na Faculdade de Publicidade da PUC-Campinas, onde iniciei em 1985 e permaneço até os dias de hoje com grande satisfação. Com os incentivos da Universidade à carreira acadêmica, meu currículo acabou ficando bastante extenso, assim, poupando a todos de ler mais detalhes, convido os mais curiosos a verificarem, pelo Google ou pela Plataforma Lattes, meu percurso de forma mais detalhada. A música e o cinema permanecem, prioritariamente, como artes de minha eterna e intensa admiração, sem ter seguido, propriamente, carreira artística mesmo tendo formação em música e diploma em piano.
O que tenho a ver com
a produção do "Rapsódia para Cinema e Orquestra"?
Entre os cursos realizados na minha carreira, o mestrado em
Multimeios foi um deles. Assim, tive na Unicamp a possibilidade de
realizar o sonho não realizado nos meus 18 anos, tendo tido a oportunidade de
participação em várias produções cinematográficas, fotográficas e videográficas
no Instituto de Artes. O “Rapsódia” foi o filme em que participei mais intensamente e que considero o mais importante dentre os que me envolvi durante o
período (início dos anos 90) do referido mestrado. Na preparação do projeto, fui incumbida, pelo Professor Adilson Ruiz, da pesquisa sobre os artistas campineiros e suas
produções nos meses de agosto, setembro e outubro de 1991, registrando em vídeo, todos que
visitei e entrevistei*. Nas filmagens, em novembro, fui designada como primeira
assistente do diretor, nosso professor, que assumiu a Direção do filme em película 16mm. Bom que se diga que todos
os nove colegas, participaram de todas as etapas da realização como
proposta da disciplina – Realização Cinematográfica, sob a responsabilidade do professor Adilson, acima mencionado. Também o Maestro e Professor Lívio Tragtemberg, com seus alunos de Composição Musical, acompanharam nossas reuniões de planejamento e produção para a criação da trilha sonora do referido filme.
*As
fitas em Vídeo Cassete estão arquivadas na videoteca do Instituto de Artes da
Unicamp
Flailda Brito Garboggini
