Rapsódia Revisitada

domingo, 13 de setembro de 2015

Mário Gravem Borges

No segundo semestre de 1991, visitamos o artista em companhia da colega Gisele Bertinato. Mário nos recebeu com imensa simpatia e com ele ficamos conversando animadamente, por umas duas horas. Tivemos o privilégio de observar suas obras e desfrutamos intensamente de seus comentários sobre sua produção mais recente. Após explicarmos sobre o nosso projeto, Mário aceitou prontamente participar em presença e com um de seus quadros.

Enfim, a obra emprestada para as filmagens foi colocada em cavalete, justamente, no local representado. As tomadas foram feitas em externa, pegando o próprio artista caminhando pela rua até desaparecer por trás do quadro de sua autoria. Importante destacar sua paciência de esperar conosco que o set fosse montado nessa rua do Bairro Vila Industrial. Sua presença entre nós, nas filmagens na rua, foi muito agradável porque se mostrou uma pessoa de ótimo astral, e de bom humor, transmitindo muita satisfação em participar.

Falando um pouco mais sobre a Vila Industrial

As "Vilas” são os principais pontos históricos da Vila Industrial de Campinas, são becos que se convencionou chamar de ‘vilas’.

De acordo com o livro “Além do Túnel, uma Vila - Histórias e Personagens do primeiro bairro-operário de Campinas", de Larissa Velasco, essas vilas são o que de mais precioso restou da época operária do bairro. Apesar da importância histórica e arquitetônica, as vilas Manoel Dias e Manoel Freire estão em estado de desmoronamento e com muitas invasões atualmente.

“As duas mais conhecidas e antigas vilas criadas dentro da Vila Industrial datam das duas primeiras décadas do século passado: a Manoel Dias de 1908 e a Manoel Freire de 1918. As construções foram erigidas pela iniciativa privada, ou seja, pelos próprios donos das áreas, para que as casas fossem vendidas aos ferroviários das companhias férreas” (Larissa Velasco).

Sabíamos que a população era de famílias dos condutores dos trens que pagavam uma pequena quantia por mês para os proprietários das casas, Manoel Freire, que ajudava os inquilinos com alimentos e iguarias sempre que possível.
As brincadeiras eram constantes, pois o local proporcionava segurança às crianças e pais e era diferenciado do resto do bairro. O ‘bequinho’, apresentado na tomada de Mário Borges, era o ponto de encontro para as brincadeiras de turmas de amigos.

Acrescento, ainda, algumas recordações minhas que gostaria de registrar. Lá havia um Grupo escolar que visitei quando menina, porque minha vizinha, nossa querida amiga , a professora D. Olga Castanho Nania, dava aulas para turmas de pré-primário, justamente nesse Grupo e me levou quando criança, várias vezes, para conhecer o local ou para algumas festinhas juninas e de Natal.

5 comentários:

  1. Muito carinho, muito garbo, no trato com as lembranças da Vila. A memória coletiva de Campinas faz jus à qualidade do trabalho.Parabéns!

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  2. MOREI NA RUA CATARINA IGLESIAS SOARES E O FUNDO DE MINHA CASA DAVA PARA O GRUPO
    ESCOLAR AONDE CURSEI O PRIMEIRO ANO PRIMÁRIO. NA RUA DO GRUPO TINHA UMA DESTAS VILAS E UMA VEZ CHEGANDO PARA AS AULAS DA TARDE TINHA UM ALVOROÇO NO BECO E DISSERAM QUE UMA MENINA CHAMADA DORA HAVIA MATADO A MÃE COM UM MACHADO. Á ÉPOCA TINHA 7 ANOS, PORTANTO HÁ 71 ANOS E ATÉ HOJE NE LEMBRO FO FATO E DA CENA.

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  3. Eu morei no beco Manuel dia por 15 anos criei meus filhos lá mt bom

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  4. Foi muito grande minha satisfação em participar desse projeto recuperando fatos e imagens dos artistas de Campinas naqueles anos 1989-1990. Tudo que estava sendo realizado foi inserido no audio-visual Rapsodia do curso de multimeios da Unicamp.

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  5. Minha família fundou o beco Manoel Freire...descendentes de italianos sobrenome Volpe

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