Antônio
Carlos Gomes foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se
pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa.
Foi o
primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no Teatro alla
Scala de Milão. Nasceu em Campinas, no dia 11 de julho de 1836 e faleceu no dia
16 de setembro de 1896 em Belém do Pará.
Maestro na época do Império, o campineiro Antônio
Carlos Gomes (1836-1896) estudou música na Europa, financiado por D. Pedro II. Grato
ao monarca, o mais importante compositor de ópera das Américas retribuiu o
mecenato com lealdade: quando a família real seguiu para o exílio, Nhô Tonico,
como era conhecido no início da carreira, rejeitou compor o hino da República,
postura que lhe fechou várias portas. Carlos Gomes morreu no Pará, em
dificuldades financeiras, como tantos outros artistas, motivo pelo qual seu acervo tenha sido doado pela filha ao Museu Imperial, anos após sua
morte, já na década de 1940.
Recentemente, a Coleção Carlos Gomes pertencente à
instituição recebeu o Registro Nacional do Programa Memória do Mundo da Unesco,
por sua importância para cultura brasileira.
“Os documentos constituem-se em boas fontes para
o resgate da figura do maestro e registram não apenas aspectos que dizem
respeito à história da música brasileira e mundial, mas às mudanças da segunda
metade do século XIX e a passagem para o século XX”, destaca a arquivista Thais
Martins, pesquisadora do museu. Segundo ela, o título da UNESCO garante mais
visibilidade à coleção e facilita a implementação de políticas de preservação e
acesso à documentação, que já foi digitalizada e disponível ao público na
Internet.
“O maestro Carlos Gomes passou à história como um
intelectual e apreciador das artes, sendo considerado o maior compositor
operístico das Américas no século XIX”.
A coleção é formada por 285 itens, incluindo
fotografias, gravuras, desenhos, livros, e uma partitura – as outras (em sua
maioria) estão sob guarda da Divisão de Música da Biblioteca Nacional.
Entre as raridades da coleção, destaca-se um
álbum de recordações que possui mensagens de grandes nomes da época, como um
desenho de Pedro Américo, um desenho e uma poesia de Victor Meirelles e uma
dedicatória de Manuel Araujo Porto Alegre. Algumas pinturas que retrataram
cenas da época da ópera Il Guarany, em aquarelas de Carlo Ferrario,
cenógrafo do Teatro alla Scala de Milão, Itália. Objetos
pessoais do maestro, como seu piano, também compõe a coleção, mas não entraram
na lista da Unesco, já que o prêmio só é concedido a conjunto de documentos.
Apresentação da Ópera Il Guarany
https://www.youtube.com/watch?v=0HrjW1rSIqM
Abertura da ópera O Guarani
Obra inspirada na obra literária, homônima, de José de Alencar.